Brasil no Escuro

A essa altura do campeonato, você, caro leitor, com certeza já sabe mais detalhes sobre o apagão de ontem que os próprios técnicos de Itaipu. Então vou restringir este post ao breve relato de minha quase aventura durante este blecaute, e é claro que farei meus comentários [por vezes dispensáveis] sobre tal.

.

O dia já estava estranho antes mesmo de escurecer. Saindo de casa para a faculdade, começou a chuviscar. É só um chuvisco, pensei, não precisarei de um guarda-chuva grande. Então fui com um desses compactos. Bom, você sabe o temporal que teve ontem. Como me arrependo de não ter levado meu guarda-chuva que quase chega perto de ser um guarda-sol. Para completar, no meio da tempestade, o retardado do motorista me deixou um ponto depois, naquele que a rua entre o Barra Shopping e seu Centro Empresarial faz esquina com a av. das Américas. A calçada ali é super estreita e a rua estava toda alagada. Fodeu! Como os carros estavam parados no sinal, fui correndo que nem um louco tentando chegar ao portão do shopping antes deles. Já estava molhado de chuva, mas nem por isso queria levar uma onda de água suja. Não deu tempo. Tomei dois banhos. Depois disso, tudo correu relativamente normal. Fui pra faculdade pela passarela do shopping, como sempre, tive aula no laboratório de fotografia [ver uma imagem aparecer num papel em branco não tem preço] e depois fui com o povo para o ponto de ônibus.

.

Aí as coisas voltam a ficar estranhas. Eu, Stephanie e Susanna no ponto, esperando o 690 via Cascadura, porcamente abrigados sob meu guarda-chuva miúdo. Chegou um 690 e entramos logo, nem vimos qual era. E era o via Linha Amarela. Por mim e Stephanie, tudo bem, mas pra Susanna o outro era melhor. De qualquer forma, ela desceria no Norte Shopping e de lá pegaria outro para casa. [Pelo menos descer no NS é mais seguro que em Cascadura.] De qualquer forma, na av. Ayrton Senna, o motorista encontrou um "inimigo" dele ou qualquer coisa do tipo e um começou a dar fechada no outro, como se quisessem jogar o ônibus alheio para fora da pista. Todos os passageiros brigando com o idiota, mandando-o parar e tal... Aí ele se acalmou e a viagem seguiu como deveria.

.

Estávamos passando pela freguesia quando tudo apagou. Tudo bem, algum transformador deve ter explodido e deixado a Freguesia [Inteira? O_O] sem luz. Quando chegamos à Linha Amarela e vimos que nem lá tinha luz, a ponto de não consguirmos diferenciar o caminho a céu aberto dos túneis, eu comecei a ficar tenso. Era lógico que tinha alguma coisa - e das grandes - acontecendo. Segue a lista de teorias que passaram pela minha cabeça.

.

- Invasão alienígena;

- Conspiração para facilitar o acesso a Madonna e assassiná-la;

- Golpe de Estado [?];

- Eu sou o protagonista de uma versão bizarra de "O Show de Truman" dirigida por Roland Emmerich;

- A Terra parou de girar;

- Os pólos Norte e Sul trocaram de lugar, alterando drasticamente o campo magnético terrestre;

- Pink e Cérebro existem;

- Os pinguins de "Madagascar" também existem;

- Osama Bin Laden veio nos cumprimentar;

- Estratégia de marketing para promover a estreia de "2012";

- A teoria de Gaia é verdadeira e o planeta está finalmente se vingando de nós.

.

Dentre outras várias - uma mais louca que a outra - algum problema técnico foi a única coisa que não me ocorreu. E, para completar, a maioria dos celulares não funcionavam. Só Nextel, pelo que me consta.

.

Saímos da Linha Amarela e eu desci no meu ponto. Stephanie e Susanna desceram depois, no Norte Shopping, onde foram resgatadas pelo pai da segunda.

.

O pedacinho que eu ando todo santo dia para chegar em casa estava, nesse dia singular, repleto de armadilhas. Esbarrei em tudo e todos, meti o pé em poças, tenho quase certeza de que chutei um gato [e por que diabos ele não saiu do caminho quando sentiu que eu me aproximava? ¬¬]... Foi trash. Virando uma esquina, tinha um grupo de pessoas conversando ali. Da conversa, distingui a frase "agora nem Nextel está funcionando". É, talvez eu devesse dar mais créditos à teoria da invasão alienígena. Cortar a energia e a comunicação seria a primeira coisa que eles fariam, certo!? De qualquer forma, cheguei em casa são e salvo.

.

Por sorte estava calor, então o banho [quase] frio foi bem recebido. Depois, hora de comer alguma coisa. Tente cozinhar no escuro, só com a ajuda de uma lanterna para iluminar o que você está fazendo. Eu devia ganhar um prêmio por ter conseguido. Então fiquei ouvindo as notícias do apagão no rádio do celular da minha mãe até a luz voltar. Dei uma olhada nas redes sociais da qual faço parte [eita, vício] e fui dormir.

.

Ontem foi um bom dia para entendermos o quanto somos dependentes de eletricidade. Sem ela, não somos merda nenhuma. Eu ainda tive a esperança de ver estrelas, afinal, a cidade inteira estava apagada. Mas estava nublado. Quando o clima permite que vejamos o espaço, as luzes da cidade nos impedem.

.

O post saiu bem maior do que eu esperava, mas tudo bem. E você? Como foi sua experiência com esse apagão? Conte nos comentários. =D

.

Inté, meu povo! o/