Encontre na Cidade

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Opções Demais

Quem vive em cidades pequenas se queixa da falta do que fazer. Pois eu aqui, da cidade grande, reclamo da grande variedade de escolhas. Até para combinar uma simples comemoração de aniversário é complicado, pois não se decide o melhor modo de celebrar. Uma boate? Um bar? Um restaurante? Uma pizzaria? Um boliche? Um cinema? Uma peça? Uma mera saída para algum lugar legal com pessoas agradáveis? É, é complicado... Ah, antes que perguntem, não sou eu que aniversario, mas aquele-que-está-ficando-mais-velho aceita sugestões.
Grato(s).

Insônia

Porque às vezes a agitação de uma metrópole (ou a falta dela) pode te deixar maluco, roubando o sono. Quem vive, sabe.

Só.

domingo, 26 de outubro de 2008

Laços e Nós

Sabe quando você se perde na vida? Não estou falando de drogas, prostituição nem nada disso, mas simplesmente de não ter uma direção. Todos os seus planos desabam como um castelo de areia sob os pés de um menino desajeitado. Você percebe que tudo com o que sempre sonhou não é bem aquilo o que você quer. Então se descobre outra coisa que lhe agrade. Outro caminho que, mesmo não sendo tão fácil, tem uma bela vista no final. Mas aí vem o medo de estar errado, pois se tinha a mesma opinião pela trilha anterior e, na metade do percurso, nada mais era o que parecia ser. Temos essa mania de criar expectativas com relação a tudo... No final, nada sai exatamente como imaginamos. É aí que descobrimos que não temos controle algum sobre a vida de ninguém, nem mesmo a nossa própria. E essa sensação é tão contraditoriamente libertadora e aprisionadora. Um alívio angustiante. Então, soltamos as rédeas e esperamos pra ver no que dá. E esta interminável espera é toleravelmente insuportável. Fico me perguntando se esses nós só existem na minha cabeça... Às vezes penso que todos enfrentam apenas laços frouxos. Bom, pelo menos, laços são mais bonitos que nós. Nós, tão rudes e fechados. Sentiram o duplo sentido? Estou com a mente demasiadamente tempestuosa para continuar. Sem mais.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Metrópole Musical: Halloween, Alaska

Viver numa cidade grande por significar solidão. Pode significar estar rodeado de amigos. Pode significar estar só e se sentir cheio de amigos. Pode significar estar cheio de amigos e se sentir só. Nossos sentimentos são tão tortuosos quando as complicadas e engarrafadas vias de trânsito. Imaginem sentir tudo isso ao mesmo tempo... Não é das coisas mais pacatas. Um turbilhão de emoções no qual, uma vez dentro, não se pode escapar. Algumas músicas parecem se encaixar perfeitamente nas reflexões desse tipo. A trilha sonora perfeita para um filme escuro e cheio de neon, luzes que passam como borrões por um carro em movimento ou uma pessoa que anda apressada. Enfim, a banda Halloween, Alaska tem ótimas músicas para envolver esses momentos tão estranhos, seja pensando neles ou os vivenciando. Seguem abaixo as letras das músicas All The Arms Around You e Halloween, que, parte pelas letras, parte pelas melodias, traduzem bem a complexa vida das grandes metrópoles, motivo que me levou a destacá-las. Não encontrei a tradução das letras e, sinceramente, não gosto de traduzir. Claro, os links para download dos dois CDs da banda, ambos de 2005, seguem após as letras.

A banda.


All The Arms Around You - Halloween, Alaska

When the vapour hits the air
When the button feels your touch
It's fall just like you sense
It'll fall just like you sense


Into some forgotten space
Where the envy and the hate
Swim around in figure eights
Swim around in figure eights


We descend so easily
Give it up for short-term memory
Fight your nature if you can
And hope for heaven where we land


All the arms around you now
Couldthey ever catch you then
First they tell me not to fret
Then you frighten me again


Can't you listen to the beast
Can't you do with any less
I was only getting dressed
Now im gettin dissaffected and


You're the brother and the beast
You're the friend i knew the best
Can't you listen to the past
Can't you let the singles pass


It'll fall just like you said
It'll fall just like you said
It'll fall just like you said
It'll fall just like you said


Halloween - Halloween, Alaska

Someone told me
Stars will fall only when i am not looking
Am not looking for anything tonight
Shape of these hands
Used to hold grown up where
Whispered nonsense
Underneath the leaves like a child
In a pile
I would burn in heat
Sending ash into these
Strip the paint with pounding rain
Here i make my own
Again and again
Again and again
See those search lights
Never find a better life
Watch those tail lights
Let their red ensue my eyes
But i won't break this fall
Acting like a voodoo doll
Every move you don't intend
Here i make my own
Again and again
Again and again
Again and again
(Again and again and again and again and again)

Someone told me
You came home last halloween
Could it be you
You have a mask i haven't seen
I haven't seen
I haven't seen
I haven't seen


[Letras retiradas do Vagalume.]

Links (não testados) para download dos CDs:
Self Titled
Too Tall To Hide

sábado, 4 de outubro de 2008

Sem Controle

O dia tinha tudo pra ser bom. O plano era ir para a casa de uma amiga jogar, comer, beber e falar sobre coisas que nada acrescentariam ao intelecto geral, mas seria divertido. E de lá ainda havia a chance de irmos para uma pizzaria, com direito a boate mais tarde. Mas eis que aquele que vos escreve acorda com uma dor de cabeça dos infernos, que simplesmente não passa, e, pra completar, começa a chover. Junto com a água da chuva, o que eu tinha planejado foi pro ralo. E só estou aqui escrevendo agora porque o tédio é presente. Mas dias assim até que são bons. Servem para nos mostrar que nada está sob nosso controle, nem nós mesmos.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Devaneios Urbanos

Estou aqui, sentado na frente do computador, com mil pensamentos voando ao meu redor, me deixando completamente sem norte. Então começo a despejar sobre você, caro(a) leitor(a), as gotas de chuva da nuvem caótica que repousa sobre minha cabeça. Palavras são a estrada por onde guio um caminhão repleto de tudo e ao mesmo tempo completamente vazio. Carregado com o que estiver em minha cabeça, seja bom, ou ruim. Mas essa idéia de bom e ruim é algo extremamente relativo, tudo depende do ponto de vista. Mas é claro, deixemos este assunto para outra ocasião, uma vez que esta não é a proposta do post em questão. Rimou. Como odeio rimas sem propósito. E lá vou eu novamente, vagar sem rumo por meus devaneiosm fugindo do tema que propus. Mas que tema propus, afinal? É... Pensando bem, não estipulei tema nenhum, o que significa que posso falar absolutamente do que quiser. Ah, há tanto que desejo falar... Para tanta gente ler/ouvir... Mas é um tanto que prefiro guardar para mim mesmo. Não sei se me falta coragem de expor o que penso ou se me sobra racionalidade para esconder. Só sei que é algo incômodo, um peso que carrego, mas, de alguma forma, é um peso que me conforta. Receio ficar ainda mais sem direção se perder tal peso. Gostaria que ele fosse imantado para que, assim, me apontasse um norte. Sim, um norte, pois este é um norte figurativo, logo, podem existir vários. Um norte figurativo é apenas uma direção que pareça adequada para a situação atual, seja ela qual for. Vejo agora dois destes nortes. Um me leva a brigar com deus - mesmo que eu não acredite nele - e o mundo. O outro me leva a ficar quieto e ir levando a vida, empurrando tudo com a barriga. Devo admitir que nenhum deles me agrada. Nem um pouco. Então fico aqui, parado diante da bifurcação que apareceu no meu caminho, escrevendo. Quero ser lido, mas não quero que me leiam. Vontades contraditórias, mas existentes em igual peso no confuso labirinto que é a minha cabeça. Há tanto para ser dito e ao mesmo tempo não há nada. Sinto que o fantasma da repetição (des)necessária começa a me assombrar, então encerro aqui aquilo que poderia encher uma - confusa - biblioteca.

Vida Virtual

O homem do mundo atual vive uma neo-realidade. Este é um conceito que tem sua definição básica explícita no próprio nome: neo (nova) realidade (verdade). A nova verdade em questão é fundamentada no poder exercido por uma mera imagem, completamente virtual, na sociedade. O ditado popular “uma imagem vale mais do que mil palavras” nunca fez tanto sentido, afinal, se a verdade crua não for maquiada, transformada numa história mirabolante, ela perde parcial ou totalmente seu valor.
Assim vive a chamada “Sociedade do Espetáculo”, que se sente atraída pelo mundo virtual — em todos os seus aspectos — e deixa de valorizar a realidade por si só. Segundo Guy Debord, “o espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens”. Em palavras mais simples, o homem interage entre si sempre buscando se expressar através de meios virtuais, transformando a simplicidade da vida em um espetáculo. Ou seja, as regras e verdades do mundo contemporâneo são regidas pelas imagens que, por sua vez, são uma realidade mascarada, seja pela mídia ou por qualquer pessoa.
Nesta sociedade, já que a imagem é supervalorizada, as pessoas tendem a passar uma imagem de si mesmas. Elas se exibem. Mas tal exibicionismo não é, nem de longe, aleatório. Cada indivíduo escolhe passar a imagem que melhor lhe convier para ser aceito em determinado grupo. Tal aspecto se evidencia em reallity shows. Para melhor compreender o conceito de exibicionismo, pode-se usar o exemplo do Big Brother Brasil. Os participantes, confinados juntos em uma casa, para evitarem a eliminação do jogo, buscam passar uma imagem, na maioria dos casos, cativante, tanto para os outros jogadores quanto para os telespectadores. É ignorância acreditar que, neste programa, as pessoas são elas mesmas. O que acontece é que elas se controlam para deixar transparecer somente os aspectos que elas consideram positivos em sua personalidade.
Este tipo de entretenimento tem um grande número de audiência, uma vez que o público quer ver refletido nos participantes tudo aquilo que ele é em seu subconsciente, mas que não pode ser perante a sociedade. O telespectador é um voyeur daquilo que gostaria de ser. Mas então por que não assistir a um filme ou novela? Porque, nesses casos, se tem a certeza de que é pura ficção, enquanto nos reality shows a ficção se confunde com a realidade. A real intenção do telespectador é ser enganado, acreditar que existem pessoas como ele é subjetivamente.
A mídia também usa deste artifício, criando uma necessidade que antes não existia, visando influenciar o consumo do produto que deseja vender, seja ele uma notícia, um filme, um perfume etc. O homem é gradualmente seduzido pela mídia, que o atinge com fetiches, fazendo com que nasça e cresça uma vontade de consumir. Atuando principalmente no lado psicológico das pessoas, o quarto poder faz uso de imagens para criar uma verdade inexistente. A realidade, que antes era moldada, passa a ser inventada. E esta realidade inventada leva o consumidor a crer que só se sentirá satisfeito adquirindo o que quer que esteja sendo vendido. Como exemplo, podem ser citados os comerciais de carros, que passam uma imagem de liberdade, velocidade, aventura e conforto, em viagens por estradas atraentes e selvagens. Porém a realidade majoritária se resume a viagens relativamente curtas, geralmente de casa para o trabalho, em vias engarrafadas e estressantes.
A realidade vivida na sociedade atual é, sem dúvida, quase completamente regida por imagens. O ser humano deixou-se alienar pela agradável crença de um mundo ideal. É uma pena que tal mundo se restrinja à virtualidade. A utopia de ver o mundo se libertar das grades atrás das quais ele mesmo se escondeu é uma esperança presente nos anseios de poucos, atualmente.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Metrópole Musical: Every Day Is Exactly The Same

Metrópoles são os lugares onde tudo pode acontecer das mais diferentes formas, mas não são todos os nativos cinzentos que aproveitam os prazeres que só uma cidade grande pode oferecer. A música a seguir, da banda Nine Inch Nails, descreve bem a rotina - confortavelmente desconfortável - que muitos dos habitantes de grandes cidades levam, se privando - quer queiram, quer não - de muito do que poderiam e/ou desejariam viver. Links para a tradução e o download da música seguem após a letra.

A banda.


Every Day Is Exactly The Same - Nine Inch Nails

I believe I can see the future
As I repeat the same routine
I think I used to have a purpose
But then again
That might have been a dream
I think I used to have a voice
Now i never make a sound
I just do what I've been told
I really don't want them to come around again


Oh, no

[Chorus]

Everyday is exactly the same
Everyday is exactly the same
There is no love here and there is no pain
Everyday is exactly the same
I can feel thier eyes are watching
In case I loose myself again
Sometimes I think I'm happy here
Sometimes, yet I still pretend
I can't remember how this got started
But I can tell you exactly how it will end


[Chorus]

I'm writing on a little piece of paper
I'm hoping someday you might find
I'll hide it behind something
They won't look behind
I am still inside here
A little bit comes bleeding through
I wish this could have been any other way
But I just don't know- I don't know what else I can do!


[Chorus]

Tradução
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